O que a JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE me ensinou

A Jornada Mundial da Juventude teve muitas bênçãos... mas também muitas dificuldades. Chegamos na comitiva CDO (Comunidade Divino Oleiro) depois de 20 horas de estrada. Meu coração estava a mil!! A final, não estaria lá apenas como peregrina.. mas estaria lá para representar a minha cidade em dois eventos da Jornada: O Hallel e as Catequeses. Até fui indicada para cantar na missa de envio do Papa nos atos centrais.. mas infelizmente por não morar no Rio, não teria como me dedicar aos ensaios.. mas o que me foi confiado seria incrível! Me dediquei muito...ensaios, investimentos financeiros, entrevistas, montagem de clipe que se foi pela madrugada...tudo isso em meio a minha rotina de ser mãe, esposa, dona de casa e orientadora de cusro.
Não contávamos com o frio e com a chuva que nos acompanhou por 3 dias inteiros! Ficamos em uma casa muito distante de tudo mas uma boa casa.. dormimos no chão, na garagem e na areia da praia... limpei banheiro, lavei pano de chão... fiquei horas sem um bom almoço... 6 dias inteiros sem um café com leite que eu aaamo... caminhamos muuuuito... Usamos roupas repetidas porque não contávamos mesmo com o frio... o jeito foi reutilizar as roupas que viajamos do sul pro Rio. Passamos frio. 45 pessoas disputando 4 banheiros. Ônibus era o nosso principal transporte. Metrô, Trem nos levavam para os eventos e jamais conseguimos chegar nos locais com menos de 2 horas de trajeto. Nossas viagens dentro da cidade sempre levavam de 2 a 3 transportes ( de ida) ou seja, de 4 a 6 transportes (ida e volta).
Na quarta, dia 24, então foi minha primeira missão como indicada da CNBB. Acordamos cedo. Ganhamos kits em caixinhas de café da manhã na quadra da escola de samba Caprichosos de Pilares, local cedido para a catequese em que eu iria ministrar. Levamos 2 horas e pegamos 2 ônibus pra chegar até lá. Tudo deveria iniciar às 09h. O bispo Baiano, Dom Edgar, que está em New Jersey foi muito receptivo. Assim como todos os voluntários!Fiz animação, acolhida, ministrei algumas músicas e o bispo assumiu a palavra. Logo em seguida, a santa missa. Assim foi no dia 25, só que com o bispo Dom Wilson ( da nossa arquidiocese! Uma bênção!) e por fim, no dia 26 com o bispo do Espírito Santo Dom Decio e a comunidade Divino Oleiro junto.
No dia 25,  às 20h me preparei para o show que fiz na cidade do samba. A cidade estava tomada..  eu e minha banda conseguimos levar a palavra de Deus com muita vontade!Com muito clamor! Fiz minha parte! Fiquei bem feliz! Antes de mim cantaram a jake, André Bolela, Canal da Graça, Tribo Maranatha,  e depois, Nando Mendes e Dunga da Canção Nova.
Aí foi hora de relaxar e aproveitar os atos centrais! Em tudo, pude experimentar a humildade, o repartir, o cansaço, as dificuldades de uma boa ifraestrutura para se viver bem. E com isso, mesmo assim, ver que o mais importante era o Deus que eu estava levando e também recebendo com a visita do Papa!! Pude perceber que a caridade deve ser praticada em todas as circunstâncias... na hora de esperar alguém ou de doar um colchão pra um irmão que estava dormindo mal e dormir mal para que ele dormisse bem e sem autopiedades... fazer com alegria! Uma alegria da misericórdia de Deus que sempre nos contempla com a alegria que também chega pela manhã como diz a Palavra.
Vivenciar momentos de tanta unção, que se esquecia do cansaço físico eminente, como o encontro de Patty Mansfield, e de padres e pastores que se respeitavam louvavam e oraram juntos! Que fogo do Espírito! Pude até sentir a alegria do Senhor com esse momento. E ver o Papa de pertinho... ahhh o primeiro dia dessa tentativa foi incrível! O Fabiano, meu esposo, abdicou de vê-lo para que eu pudesse ver... Subi em sua garupa e chorei.. acho que mais com a caridade do meu marido para comigo do que necessariamente coma  graça de ver o Papa... no dia seguinte fiz de tudo para conseguir o melhor lugar para que o meu marido pudesse vê-lo. E consegui. Foi a minha vez de fazer caridade a ele. E depois ao dormir na areia da praia, debaixo de sereno sem barraca, vendo nossas cobertas molharem com o sereno... eu orei... orei pelo nosso casamento, pelos meus amigos, os projetos que Deus tem pra mim e principalmente pela minha família e minha igreja. Tudo na certeza de que todo o esforço vale a pena!
Acordamos com um lindo nascer do sol!
E Deus sabe o quanto amo o nascer do sol... vimos o Papa, recebemos sua bênção pouco antes dele chegar ao altar da missa e celebramos juntos o encerramento. Grande emoção! Aquele mar de gente rezando, a sua voz aveludada cheia de paz, preenchia nossos corações! Chorei muito! E a caridade? A caridade foi o que mais me tocou..foi o que mais a Jornada, o Papa me ensinou. Tive algumas decepções, sim, e por isso, conluo que ainda precisamos aprender muito. Que toda a beleza que se viu deve permanecer em nós. Em nossas atitudes principalmente.

Nao há caridade quando se está  perto mas não está junto.  A caridade que mais importa a Deus é aquela que se faz para os que realmente nos amam e estão sempre perto de nós.

Que venha a próxima JMJ na Polônia! Essa é a juventude do Papa!